PROJETO

 

     O presente projeto surgiu diante das ações desenvolvidas durante as atividades de Estágio, do curso de Licenciatura em    Matemática, tendo como ponto de partida as problemáticas identificadas, a partir das atividades desenvolvidas na disciplina estágio II, semestre 2010.2, componente curricular obrigatória no curso de Matemática.
       Os trabalhos realizados trouxeram a tona os principais problemas recorrentes no ensino de matemática, na Educação Básica, inerentes à realidade local. Precisa considerar esse trabalho, de (re)pensar o ensino-aprendizagem, importante para uma formação docente articulada com as situações de pesquisa e extensão.

      Encontrar alternativas para melhorar a realidade do ensino de Matemática, tem sido meta buscada pelos grupos de pesquisa em Educação Matemática, nessa perspectiva é que se propõe a criação do LEM- Laboratório de Educação Matemática. Tal projeto tem intenção de criar um espaço de discussão e intervenção pedagógica, constante, junto à comunidade acadêmica e local envolvidas, na perspectiva de minimizar as dificuldades vivenciadas por educadores e educandos.  Se propõe um projeto de pesquisa e intervenção pedagógica, através de formação continuada para professores e acadêmicos (futuros professores), por meio de oficinas temáticas que acontecerão no espaço do Laboratório da Universidade, com os acadêmicos do curso de Matemática e Pedagogia e professores da rede pública e privada, através de formações que  potencializem o uso de jogos, construção de sequências  didáticas  com uso de materiais concretos, elaboração de material didático na perspectiva de uso  do lúdico, no ensino de Matemática.

1.0 IDENTIFICAÇÃO

1.1. Título do Projeto: LEM- Laboratório de Educação Matemática.

2. NATUREZA DO PROJETO: Ensino, Pesquisa e Extensão.

3. ÁREA DE ATUAÇÃO: Barreiras

3.1. Grande área de conhecimento: Educação

3.2. Subárea: Educação Matemática

4. COORDENAÇÂO: PROFESSOR PESQUISADOR

§ Américo Junior Nunes da Silva

5.  PUBLICO ALVO:

§ Acadêmicos do curso de licenciatura em Matemática e Pedagogia;

§ Professores da rede pública e privada, da Educação Básica que atuam no município de Barreiras- Ba.

6. OBJETIVOS:

6.1. Objetivo Geral:

Promover pesquisa e extensão na área de Educação Matemática, (re)significando o uso de recursos didáticos, tecnológicos na Educação Básica.

6.2. Objetivos Específicos:

• Revitalizar o laboratório de Educação Matemática, através da implantação de proposta de pesquisa e extensão;

• Potencializar, o uso de recursos didáticos e tecnológicos, disponibilizados pelo laboratório, nas aulas de matemática, para a Educação Básica,

• Abrir espaço para conscientização da comunidade acadêmica a cerca da importância do projeto do LEPEM, para o processo de construção do perfil profissional dos futuros professores;
• Envolver os professores de matemática da rede Pública e privada na ações da universidade, no que tange ao ensino de  matemática;

• Organizar um acervo de materiais didáticos de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem aos licenciandos de Matemática e aos professores da rede pública.

7. CARGA HORÁRIA:

7.1. Distribuição da carga horária durante o projeto:

Será dedicada uma carga horária semanal de 10 horas, distribuída entre encontros semanais, com atividades teóricas e práticas, as quais serão distribuídas em momentos de oficinas temáticas de construção de material concreto, para uso didático em sala de aula da Educação Básica, sob orientação e coordenação do professor pesquisador;

8. JUSTIFICATIVA

    O ensino de Matemática na Educação Básica da rede pública de Barreiras- Ba, tem se caracterizado como um grande desafio, para os docentes  e  educandos na contemporaneidade. Essa conclusão se fundamenta nos primeiros resultados da pesquisa realizada a partir do estágio supervisionado, do curso de licenciatura em Matemática, trabalhos esses apresentados nos principais eventos regionais, nacionais e internacionais em Educação Matemática que aconteceram no ano de 2011, entre eles pode-se destacar o ENGEM (Encontro Goiano de Educação Matemática), EBREM (Encontro Brasiliense de Educação Matemática) EBEM (Encontro Baiano de Educação Matemática) e o CIAEM (Conferência Interamericana de Educação Matemática) sendo os trabalhos a seguir os principais artigos recorrentes das pesquisas:
1- A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E AS DIFICULDADES NO APRENDER: COMO LIDAR COM ESSA QUESTÃO

2-  O USO DO JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
3-  O PROFESSOR DE MATEMÁTICA E O ATO DE PLANEJAR: UNICIDADE ENTRE DIMENSÃO POLÍTICA E PEDAGÓGICA,

4- A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA: CANTANDO TAMBÉM SE APRENDE,

5- A FORMAÇÃO INICIAL DE EDUCADORES MATEMÁTICOS: QUE PERFIL PROFISSIONAL PRECISA SER CONSTRUIDO NAS UNIVERSIDADES?

6- JOGOS MATEMÁTICOS DO 6º AO 9º ANO - DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS INTELECTUAIS E A FORMAÇÃO DE RELAÇÕES SOCIAIS

          Os primeiros resultados das pesquisas indicam que vários são os fatores, que influenciam nesta realidade, desde a falta de infraestrutura em muitas escolas, da carência de profissionais com formação adequada, e uma crescente degradação da família, quanto participante do processo de ensino e aprendizagem junto às escolas, até a falta de estimulo dos estudantes que muitas vezes apresentam dificuldades, as quais os professores nem sempre estão preparados para solucionar.

       A solução para evitar o ensino das técnicas matemáticas tem sido o uso de material pedagógico. O aluno manuseia um material que propicia o desenvolvimento de conceitos matemáticos, mas apesar disso nem sempre ocorre uma formalização do conceito, onde ele tem a chance de sintetizar suas ideias, colocá-las no papel, compará-las com outras soluções para verificar sua validade (VALENTE, 1991, p.31).

         É importante que o espaço da sala de aula seja explorado de forma significativa pelo professor de Matemática e que seja visto como um ambiente favorável ao desenvolvimento de situações problemas que aproximem os alunos da sua realidade sociocultural. O uso de materiais concretos e metodologias diversificadas de ensino, em sala de aula, possibilita um elo entre o concreto e o abstrato, pois é diante das situações apresentadas, com recurso didático da ludicidade, que os alunos buscam estratégias de resolução e se aproximam significativamente de sua realidade extra-escolar.

            Os últimos resultados das avaliações externas como a Prova Brasil e o ENEM, apresentaram uma leve melhora quanto a Matemática, mas sabemos que essa área de conhecimento encontra-se distante do domínio cognitivo de um número significativamente alto de estudantes da Educação Básica no Brasil. Pretende-se com esse projeto elucidar a importância do uso de recursos lúdicos nas aulas de Matemática, trazer os acadêmicos do curso para construírem esse perfil ainda na Universidade, participando de discussões e pesquisas na área, contribuindo assim para a melhoria do ensino e consequentemente da aprendizagem dos alunos, refletindo nos resultados das avaliações externas no município de Barreiras.

         É preciso, nesse momento, aproximar as ações dos pesquisadores e da universidade aos das Escolas da Educação Básica. Não adianta falarmos de uma prática que não seja condizente com a realidade, essa ligação entre universidade e escola precisa ser assegurada na garantia do apoio ao trabalho do docente, possibilitando uma formação que os permitam (re)significar a prática com ações apropriadas e favoráveis ao desenvolvimento cognitivo dos aluno como pontua Perrenoud (1993): “o ato de ensinar não se restringe a aplicar cegamente uma teoria, nem se contentar com um modelo, sobretudo, implica na resolução de problemas, na tomada de decisões, no agir em situações indeterminadas e muita vezes emergentes”.
            As atividades do projeto incentivarão os espaços de estudos e encontros entre professores e estudantes de Matemática e Pedagogia que atuam ou irão atuar como professores de Matemática nas escolas e com trabalhos de pesquisa. O modelo de formação proposto baseia-se numa reflexão do professorado sobre a sua prática docente, que lhe permite repensar a sua teoria implícita do ensino, os seus esquemas básicos de funcionamento e as próprias atitudes (MEC apud GARCIA, 1999, p.53). Foca-se o trabalho em discussão de temáticas importantes e significativas em Educação Matemática, à construção de materiais, na participação em oficinas, no desenvolvimento de pesquisas e de análise de dados, objetivando-se a mudança de postura, o crescimento profissional e a construção de recursos que auxiliem durante o período do Estágio II, III e IV e consequentemente em toda vida profissional do futuro professor.

09. Indicadores para acompanhamento da execução e avaliação do projeto

• Organização junto ao Laboratório de um espaço para construção de Materiais didáticos de apoio ao processo de ensino e aprendizagem em Matemática;

• Listar todo o material existente no Laboratório e os que foram produzidos pela equipe de trabalho, criando um inventário dos recursos pertencentes ao L.E.M.;

• Criar momentos de discussão, estudo e socialização das produções entre os diversos alunos da Licenciatura em Matemática e/ou Pedagogia;

• A criação do site ou blog para a comunidade acadêmica.

09. Resultados esperados

• Disponibilização de um acervo de materiais didáticos de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem aos licenciandos de Matemática e aos professores da rede municipal, além da contribuição nas discussões realizadas quanto ao processo de formação do professor quanto à importância do lúdico em sala de aula;

• Construção de uma nova prática em Educação Matemática;

• Produção científica;

10. Recursos Humanos e Materiais:

10.1 Recursos Humanos:

§ Equipe de trabalho/UNEB – Professores do Colegiado de Curso de Matemática interessados na temática do projeto;

§ Monitores – acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática;

§ Participantes- acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática e/ou Pedagogia  e professores da Educação Básica.

REFERÊNCIAS

BICUDO, M. A. V. Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas. São Paulo. Ed. UNESP. 1999.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CARAÇA, J. B. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Brás Monteiro, 1975.

CARRAHER, T. N. Aprender Pensando. Petropólis/RJ: Vozes,1986.

CARVALHO, Dione Lucchesi de.  Metodologia do Ensino da Matemática. São Paulo/SP: Ática, 1991.

D`AMBRROSIO, Ubiratan. Da Realidade à Ação, Reflexões Sobre Educação Matemática. São Paulo/SP: Summus Editorial,1986.

D`AMBRROSIO, Ubiratan.Etnomatemática: Elo entre as Tradições e a Modernidade.Coleção Tendências em educação Matemática.2 ed. 2ª reip.-Belo Horizonte/MG:Autêntica,2005.~

GONÇALVES, A. R. O Uso do Laboratório no Ensino da Matemática. Disponível em:https://www.reisdofaroeste.com.br/pacoca/artigo_laboratoriodeensinodematematica.pdf em fevereiro de 2011.

LOUREIRO, C.B. at al. Laboratório de Matemática: Atividades para enriquecer a prática docente. Disponível em: . em fevereiro de 2011.

MEC,Ministério da Educação.Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília. MEC/SEF, 1997

MEC, Ministério da Educação.-Ciências da Natureza Matemática e suas Tecnologias /Secretaria de Educação Básica.- Parâmetro Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;volume 2,Brasília 2008

MEC, Ministério da Educação- Ciências da natureza, Matemática e suas Tecnologias, Orientações Curriculares para o Ensino Médio; volume 2 / Secretaria de Educação Básica.– Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Lisboa: Nova Enciclopédia, 1993.

PIMENTA,Selma Garrido,O Estágio na Formação de Professores: Unidade Teoria e Prática?-9. Ed.-São Paulo :Cortez, 2010.

PIMENTA, Selma Garrido; GONÇALVES, C. L. Revendo o ensino de 2º grau, propondo a formação do professor. São Paulo: Cortez, 1990.

VALENTE, J.A. (Org.) Liberando a mente: computadores na